Criatividade

Criar é dar forma a algo novo; novas coerências se estabelecem, fenômenos são relacionados e compreendidos de um modo novo.
O homem é um ser formador. Ele relaciona elementos diversos que ocorrem dentro e fora dele. Assim configura sua experiência de vida e lhe da significado. Em seus questionamentos, soluções, ações, sonhos, imaginação o homem RELACIONA E FORMA, ELE CRIA.
Nós vivemos entre formas.
Ao relacionar fatos e percepções, o homem é seu foco de referência. Assim ele se orienta, conforme as suas expectativas, seus medos, seus desejos e de acordo com seu ser mais íntimo, fazendo uma ordenação interior.
Os processos criativos ocorrem intuitivamente através da sensibilidade (esta é inerente ao ser humano) é uma porta de entrada das sensações.
Parte dela permanece vinculada ao inconsciente. A outra parte é sensorial, é a nossa percepção através de formas organizadas.
A percepção é a elaboração mental das sensações.
A criatividade é influenciada pela:

  1. Cultura: formas materiais e espirituais com que os indivíduos convivem, agem e se comunicam, e cuja experiência pode ser transmitida as próximas gerações.
  2. São os valores culturais que criam as referências e discriminam as propostas.
  3. Memória: é a função que liga o ontem ao amanhã. Concebe um desenvolvimento, um fluir do tempo. Recolhe experiências, lembranças que podem ser usadas em futuro comportamento. Intencionalidade (consciente ou não)
  4. Associações: São a essência da nossa imaginação. São conjecturas evocadas por semelhanças, ressonância íntimas com experiências e sentimentos anteriores.

Formas simbólicas:
São configurações da matéria física ou psíquica em que se articulam aspectos temporais e espaciais, um desenvolvimento formal, com sequências rítmicas, proporções, distanciamento ou aproximação, direções, tensões, velocidades, intervalos e pausas.
Conforme o desenvolvimento formal e a qualidade das vivências, estabelece-se o conteúdo expressivo da forma.
Tensão psíquica: acumulo de energia que se leva a uma ação (tensão).
Criar significa poder manter a tensão psíquica, renová-la em nível suficiente para manter a vitalidade. Claro que existe uma liberação de energia no ato de criar, mas o mais relevante é o sentimento de reestruturação, de enriquecimento, de amplitude do ser que se libera no ato de criar.
CRIAR é uma INTENSIFICAÇÃO DO VIVER. É viver o fazer e renovar (não substituir) a realidade.
A tensão psíquica, às vezes, é vista como conflito emocional. O conflito é condição de crescimento.
O conflito, eventualmente, propõe a temática significativa, influi na escolha dos meios e das formas de configurar.
A existência de elaboração visível em uma obra indica o controle que o artista pode exercer sobre seu conflito. (ex. Van Gogh).
Os processos criativos, em sua origem, são tentativas de estruturação, de experimentação e de controle onde o homem se descobre, se articula e se identifica.
Formando a matéria ordenando-a, configurando-a, dominando-a, ele se ordena e se domina, conhecendo-se melhor e ampliando sua consciência num processo dinâmico que recrie suas potencialidades.
A CRIATIVIDADE É INERENTE A CONDIÇÃO HUMANA.
Crianças: criar é estar em contato com o mundo e se transformar com isso.
Adultos: criar é mudar o mundo físico e psíquico. Ele acrescenta informação e formação a sua vida.
Maturidade: O homem cria espontaneamente e usa a criatividade como expressão, como forma de gratificação.
A maturidade exige um tempo interno, pessoal, para a elaboração intelectual e emocional das vivencias, ampliando sua visão de mundo, de vida.
Não tem inicio nem tem fim definido.
É ai que se conquista a liberdade, autoconfiança quando se elaboram e se aceita os limites.

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